Keegan Bradley ainda tem dois torneios dos playoffs da FedEx Cup para tentar garantir vaga automática na equipe norte-americana da Ryder Cup, mas seu desempenho na temporada já convenceu golfistas veteranos de que ele merece estar entre os 12 convocados que enfrentarão a Europa em Bethpage Black, Farmingdale, Nova York, de 26 a 28 de setembro. Caso opte por colocar o próprio nome na lista, Bradley será o primeiro capitão-jogador dos Estados Unidos desde 1963, quando Arnold Palmer assumiu a dupla função em East Lake, Atlanta.
Bradley, de 39 anos, ocupa atualmente a décima posição no ranking de pontos da equipe dos EUA. O triunfo no Travelers Championship, torneio de status elevado disputado em 22 de junho, impulsionou sua classificação. Desde então, porém, ele não ultrapassou o 30.º lugar em quatro participações, totalizando cinco top-10 e nove top-25 em 19 eventos na temporada.
Mesmo diante dessa oscilação recente, nomes com experiência em Ryder Cup saíram em defesa de sua presença no grupo. Patrick Cantlay, integrante das duas últimas edições do confronto bienal, afirmou que escolheu Bradley se estivesse na condição de capitão. Rickie Fowler, que soma cinco participações, avalia que dificilmente surgirão argumentos contrários à convocação do atual líder.
Até o momento, três jogadores já asseguraram matematicamente vaga: o número 1 do mundo Scottie Scheffler, o campeão do U.S. Open J.J. Spaun e Xander Schauffele. Outros três postos automáticos serão definidos após o BMW Championship no Caves Valley Golf Club. Nesta projeção, Russell Henley, Bryson DeChambeau – capitão na LIV Golf League – e Harris English aparecem dentro do corte provisório.
Bradley declarou anteriormente que DeChambeau estará no time e avalia que Henley e English também devem viajar a Bethpage independentemente da posição final no ranking. Logo atrás do grupo dos seis primeiros estão Justin Thomas, Collin Morikawa, Ben Griffin, o próprio Bradley, Maverick McNealy e Andrew Novak, completando atualmente a relação dos 12 melhores colocados.
Como capitão, Bradley terá direito a seis escolhas livres, que serão anunciadas em 27 de agosto, três dias depois do Tour Championship, em East Lake. Inicialmente, o jogador disse que só atuaria se alcançasse a classificação por pontos. Após vencer o Travelers, mudou o discurso e admitiu que se incluirá na equipe caso entenda que sua presença contribuirá para o desempenho coletivo.
Além de Cantlay, outros nomes fora da zona de classificação direta também são cogitados, entre eles Brian Harman, 13.º no ranking, e Cameron Young, 14.º. A decisão final envolverá fatores como histórico em competições match play, adaptação ao percurso e entrosamento com possíveis parceiros de duplas.

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Se optar por competir, Bradley deverá delegar parte das funções administrativas a seus vice-capitães. Jim Furyk, que já comandou a seleção em 2018, é apontado como principal apoio para questões estratégicas e logísticas durante a semana do torneio. Para Cantlay, a condição de capitão-jogador exige confiança na própria capacidade de manter o foco, mas ele acredita que Bradley reúne resultados suficientes para justificar a ousadia.
Na edição de 2023, disputada no Marco Simone Golf & Country Club, nas proximidades de Roma, os Estados Unidos foram derrotados por 16½ a 11½. Cantlay foi um dos destaques com duas vitórias em quatro partidas, contribuindo para reduzir a desvantagem. Essa experiência recente acentua a importância de levar à próxima Ryder Cup atletas em ritmo competitivo e com histórico positivo, critérios que, segundo os apoiadores, Bradley preenche.
O ciclo decisivo começa esta semana em Caves Valley, onde os jogadores terão a última chance de somar pontos antes da definição automática das seis vagas. Na sequência, o Tour Championship encerrará a corrida por pontos e abrirá espaço para a análise dos capitães. A expectativa gira em torno da decisão de Bradley: permanecer apenas como dirigente ou assumir também o bastão dentro de campo, algo que não ocorre há 62 anos no lado norte-americano.
Independentemente do desfecho, o processo de montagem da equipe dos Estados Unidos traz debates sobre meritocracia, liderança e a raridade de unir funções técnicas e competitivas. O próximo mês definirá se Bradley entrará para a história como o mais jovem capitão do país desde Palmer e, simultaneamente, como aquele que quebrou um hiato de mais de seis décadas sem capitão-jogador no time norte-americano.