Atlanta (EUA) – De clube pouco procurado a ameaça concreta na disputa pelo troféu da WNBA, o Atlanta Dream transformou-se em apenas quatro anos. A franquia, que amargou seis campanhas consecutivas com mais derrotas do que vitórias até 2024, encerrou a temporada regular de 2025 com recorde histórico de 30 triunfos, dobrou a marca do ano passado e chegou aos playoffs como terceira cabeça de chave.
Raízes da virada
A mudança começou em 2021, quando o empresário Larry Gottesdiener adquiriu o time e contratou o gerente-geral Dan Padover. No Draft de 2022, Padover orquestrou trocas para assumir a primeira e a 15ª escolhas, selecionando a ala Rhyne Howard e a pivô Naz Hillmon. A engrenagem ganhou potência em 2023 com a chegada da armadora Allisha Gray e foi completada nesta temporada com o técnico Karl Smesko, vencedor na NCAA, mas ainda estreante na WNBA.
“Tudo foi pensado nos mínimos detalhes; são centenas de decisões”, explicou Padover, ao comentar o processo que reposicionou a franquia.
Estilo ofensivo ousado
Smesko impôs um sistema baseado em arremessos de três pontos, mesmo contando com pivôs tradicionais como Brittney Griner e Brionna Jones. O resultado surpreendeu: o Dream saltou de 10º para 3º em bolas de três convertidas (421) e liderou a liga em rebotes (36,6). A equipe também passou de lanterna para segunda melhor em rating ofensivo, além de registrar a segunda defesa mais eficiente.
Os números individuais acompanharam a evolução coletiva. Howard igualou o recorde da WNBA ao acertar nove cestas de três em um jogo em 13 de junho e repetiu o feito em 6 de setembro – primeira atleta a fazê-lo duas vezes. Gray teve média pessoal recorde de 18,4 pontos e entrou na conversa de MVP, enquanto Hillmon despontou como favorita a Sexta Jogadora do Ano, contribuindo com 8,6 pontos e liderança vocal saindo do banco.
Química dentro e fora da quadra
Apelidadas de “Powerpuff Girls” pelas cores vibrantes dos trajes pré-jogo, Howard, Hillmon e Gray personificam a cultura de leveza que tomou o vestiário. “Nunca deixamos de nos divertir”, resumiu Hillmon. Sessões de vídeo com o treinador viram quase aulas universitárias, e até gírias da armadora Te-Hina Paopao geram brincadeiras com Smesko, que admite nem sempre entender a linguagem.
O ambiente contrasta com o clima tenso vivido antes da venda da franquia, quando antigas proprietárias se envolveram em polêmicas políticas. “Precisávamos reconstruir também a percepção da liga sobre Atlanta”, lembrou Padover.

Imagem: Internet
Desafio nos playoffs
Com 15,3% de probabilidade de título segundo o índice BPI da ESPN, o Dream precisa de mais uma vitória sobre o Indiana Fever, nesta quinta-feira (19), para avançar às semifinais e provar que a reconstrução já dá frutos concretos.
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O Atlanta Dream mostra que planejamento a longo prazo, talento jovem e cultura positiva podem recolocar uma franquia na rota do título em tempo recorde.
Com informações de ESPN