A Federação Internacional de Futebol (Fifa) confirmou que aplicará o modelo de precificação dinâmica aos ingressos da Copa do Mundo de 2026, marcada para Estados Unidos, México e Canadá. A medida transformará o torneio no maior experimento do gênero já realizado no esporte.
Com o sistema, o valor das entradas será ajustado em tempo real de acordo com fatores como demanda, data da compra, adversários em campo e localização do assento. A prática, bastante usada por companhias aéreas e plataformas de mobilidade, foi testada pela primeira vez pela entidade na Copa do Mundo de Clubes de 2023. Na ocasião, a estreia entre Inter Miami e Al Ahly teve bilhetes desvalorizados em até 84% diante da procura abaixo do esperado.
Para 2026, a Fifa projeta vender 6,5 milhões de ingressos e arrecadar cerca de US$ 3 bilhões em bilheteria. Além disso, a própria federação administrará a plataforma oficial de revenda, sem fixar teto de preços no mercado secundário, o que pode elevar a receita residual.
Pressão de torcedores e políticos
A estratégia enfrenta resistência de parte do público e de autoridades. Em Nova York, o político Zohran Mamdani, favorito na disputa pela prefeitura, lidera uma petição que pede limites de preços e a reserva de 15% dos bilhetes a valores populares, para evitar que o torneio se torne inacessível aos fãs com menor poder aquisitivo.
Experiência em outros setores
Segmentos como hotelaria, aviação e comércio eletrônico utilizam preços variáveis há anos. No entretenimento, empresas como a Ticketmaster aplicam o recurso para shows de alta demanda. No futebol, o Derby County, da Inglaterra, foi pioneiro em 2012: estudo publicado pela European Sport Management Quarterly mostrou que, quanto mais próximo do jogo, maior o preço, aumentando a receita apenas quando a procura se manteve elevada.
Economistas lembram que a aceitação do público depende de transparência e sensação de justiça nos reajustes. Richard Thaler, vencedor do Prêmio Nobel, destaca que consumidores rejeitam aumentos considerados abusivos, risco potencial em um ambiente de forte vínculo emocional como o esporte.

Imagem: Internet
O desempenho do programa em 2026 poderá influenciar ligas e clubes a adotar a mesma lógica. Se bem-sucedido, o modelo pode redefinir a gestão de receita em grandes competições; se falhar, deve reacender críticas sobre o distanciamento do torcedor.
Você pode acompanhar outras novidades sobre o Mundial de 2026 em nossa seção de notícias. Para entender como preços variáveis afetam as apostas esportivas, confira também nosso artigo sobre gestão de banca. Caso queira saber mais sobre a preparação dos estádios norte-americanos, visite o especial infraestrutura da Copa. E, se busca dados financeiros, acesse nosso relatório em financeiro Fifa 2026.
Resumo: A Fifa aposta no preço dinâmico para maximizar receita na Copa de 2026; o resultado desse teste pode moldar o futuro da bilheteria esportiva. Acompanhe nossas atualizações e inscreva-se para receber alertas exclusivos.
Com informações de Máquina do Esporte