A direção do Corinthians finaliza um relatório que aponta gasto superior a R$ 10 milhões em materiais esportivos fornecidos pela Nike, valor mais que o dobro da cota anual de R$ 4 milhões prevista em contrato. O documento, solicitado pelo presidente interino Osmar Stábile ao diretor de tecnologia Marcelo Munhoes, deve ser entregue na próxima semana.
Segundo a apuração, o limite para retirada de produtos foi ultrapassado ainda no primeiro semestre de 2025. Somente em janeiro, o clube requisitou 17 mil peças. A Nike concede uma verba anual para uso interno e comercialização, mas o montante foi excedido em poucos meses.
Pressão política nos bastidores
A investigação tem provocado desconforto no Parque São Jorge. Embora o relatório mire responsabilidades administrativas, o principal foco de questionamentos é o vice-presidente Armando Mendonça, que assumiu o controle do estoque de materiais tanto no CT Joaquim Grava quanto na sede social após Stábile assumir o comando interino.
Mendonça afirma ter implantado, junto às equipes de almoxarifado, a obrigatoriedade de registrar todas as notas fiscais no sistema do clube. Ex-presidente e hoje opositor, Augusto Melo contesta e diz que o procedimento já existia. “Nunca houve ausência de lançamentos de notas fiscais. Está tudo documentado”, declarou Melo, destituído da presidência em 9 de agosto.
Menos faturamento, mais peças
Embora os valores faturados pela Nike sejam menores em relação ao mesmo período de 2024, a quantidade de itens retirados aumentou. A diferença decorre de uma redução nos preços praticados pela fornecedora nesta temporada, o que possibilitou solicitar mais peças dentro de um valor teórico semelhante.
Em temporadas anteriores, a Nike chegou a abrir mão da cobrança por excedentes durante as tratativas de renovação contratual concluídas em agosto passado. Desta vez, entretanto, a marca norte-americana não sinalizou tolerância, o que motivou a auditoria interna comandada por Stábile.
O relatório em fase de conclusão reunirá notas fiscais, registros de retirada e responsáveis por cada solicitação. Após a entrega, caberá ao Conselho de Administração deliberar eventuais medidas.

Imagem: Internet
Para o torcedor, o impacto imediato não afeta uniformes disponíveis no varejo, mas a apuração reforça a disputa política que envolve o comando corintiano em ano eleitoral.
Se você quer acompanhar como essa situação pode influenciar as expectativas de mercado, confira nossa análise em apostas esportivas sobre os próximos jogos do Corinthians. Para entender outras movimentações fora de campo, leia também a reportagem sobre gestão administrativa no clube. Mais novidades podem ser acompanhadas na seção Notícias do nosso site.
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Com informações de Trivela