O Chicago Cubs atravessa a reta final da temporada 2025 com um elenco que gera opiniões divergentes entre profissionais da liga. Enquanto concorrentes diretos na Liga Nacional investiram pesado na aquisição de fechadores de ponta, a franquia de Illinois optou por ajustes pontuais no prazo final de trocas, realizado em 31 de julho. A decisão reforça a preocupação: o grupo atual é suficiente para superar o Milwaukee Brewers na Divisão Central e encarar adversários mais profundos em outubro?
Movimentação no mercado
Durante o período de negociações, os Cubs trouxeram os relevistas Taylor Rogers e Andrew Kittredge, o titular Mike Soroka e o utilitário Willi Castro. Em contrapartida, Philadelphia Phillies, New York Mets e San Diego Padres priorizaram nomes de renome para o nono inning. A diretoria de Chicago justifica a escolha pelo equilíbrio entre o presente e o futuro, alegando que jogadores de alto impacto custariam prospectos essenciais para as próximas temporadas.
O arremessador Soroka, adquirido junto ao Washington Nationals, deixou a primeira partida com a camisa azul após apenas duas entradas, devido a desconforto no ombro, e foi colocado na lista de contundidos. Já Castro, vindo do Minnesota Twins, tornou-se peça coringa imediata, iniciando quatro jogos em quatro posições distintas logo na primeira semana no elenco.
Rotação sob pressão
Com a 14.ª melhor ERA entre titulares, a rotação tornou-se foco principal das discussões. As ausências de Justin Steele (cotovelo), Shota Imanaga (coxa) por mais de um mês e Javier Assad (oblíquo) desde o início da campanha reduziram a margem de manobra do técnico Craig Counsell. Jameson Taillon, lesionado na panturrilha, tem retorno previsto para este mês.
Hoje, Imanaga, Matthew Boyd e o prospecto Cade Horton formam o trio mais confiável para uma série de playoff, sendo Imanaga e Boyd considerados peças fixas. Soroka, quando apto, projeta-se mais como opção de fundo de rotação ou braço híbrido para outubro. Entre analistas consultados, a avaliação é unânime: Chicago possui arremessadores capazes de conduzir a equipe até a pós-temporada, mas falta profundidade para igualar rosters mais robustos do lado nacional.
Caneta ganha novo perfil, mas não convence a todos
O bullpen, 12.º em ERA, recebe impulso com Rogers e Kittredge, especialistas em sinker – arremesso pouco utilizado pela equipe antes da data limite. Até o fim de julho, a organização registrava 4,9% de uso do sinker, menor índice desde 2008. Com Rogers (50%) e Kittredge (34%), os Cubs adicionam variação de efeito e contam com defesa interna de alto nível para converter bolas rasteiras em eliminações duplas.
Apesar da mudança de repertório, observadores ainda veem pontos vulneráveis. A expectativa recai sobre Daniel Palencia em entradas decisivas, cenário que acende o sinal de alerta diante de lineups potentes como o dos Phillies. A presença agora de três canhotos – Rogers, Brad Keller e Drew Pomeranz – é vista como vantagem situacional, porém a consistência sobre várias partidas permanece incerta.

Imagem: espn.com
Ataque produtivo enfrenta queda recente
A ofensiva de Chicago esteve entre as melhores ao longo da campanha, mas apresentou queda nas últimas semanas. O All-Star Kyle Tucker, principal potência do meio do lineup, tem média de apenas .212 desde a pausa. Mesmo com movimentações de mercado envolvendo terceiros-bases como Eugenio Suárez, Ryan McMahon e Ke’Bryan Hayes, a diretoria preferiu manter o atual conjunto e reforçar a rotação de posições com Castro.
Especialistas apontam que a combinação de potência e velocidade continua a ser ponto forte, especialmente graças à defesa central sólida com Dansby Swanson e Matt Shaw, além da regularidade ofensiva de Michael Busch, considerado um dos nomes mais subestimados do plantel. A vulnerabilidade maior surge diante de arremessadores canhotos: quando Tucker não produz contra esse perfil, o coração da ordem tende a perder eficiência.
O banco, classificado como limitado durante boa parte do ano, ganha fôlego extra com Castro, capaz de ocupar qualquer posição do campo externo, além de terceira, segunda e interbases. Segundo integrantes de outras organizações, o dominicano era alvo de diversas franquias justamente por oferecer versatilidade rara na liga.
Perspectiva para a reta final
A quatro semanas do início dos jogos decisivos, a avaliação interna é de que o elenco reestruturado satisfaz a estratégia de competitividade contínua estabelecida pela gerência. Entre técnicos, olheiros e executivos consultados, o consenso parcial indica que o ataque pode equilibrar duelos acirrados, mas a profundidade da rotação e a experiência do bullpen ainda levantam incertezas sobre a capacidade de Chicago sustentar uma série longa contra adversários com maior quantidade de braços dominantes.
Resta saber se a disciplina adotada no mercado se traduzirá em resultados imediatos. Caso contrário, as decisões de julho de 2025 podem ser revisitadas como oportunidade perdida de transformar uma equipe promissora em verdadeira candidata ao título.