O britânico Dan Pembroke, bicampeão paralímpico e mundial no lançamento de dardo F13, encontrou na produção de cerveja um método inusitado de visualização de metas esportivas. O atleta, que possui apenas 10% da visão devido à retinite pigmentar, lançou em 2023 a cerveja “Paris Gold” como símbolo do objetivo de conquistar o ouro na capital francesa — feito alcançado ao quebrar o recorde mundial com 74,49 m nos Jogos de 2024.
Agora, o lançador de 34 anos trabalha em uma nova receita. Batizada de “Milan”, a cerveja será uma pilsner italiana feita com lúpulos da Costa Oeste dos Estados Unidos, em referência tanto aos Jogos de Inverno de 2026 em Milão-Cortina quanto aos Jogos de Los Angeles em 2028. Pembroke pretende produzir versões alcoólica e sem álcool e enviar lotes à Itália para que atletas britânicos possam brindar após a competição.
“Quero passar a mensagem sobre manifestação de objetivos. É uma forma diferente de chamar atenção, mas às vezes é preciso ‘balançar o barco’ para ser ouvido”, afirmou ao serviço de esportes da BBC.
Acessibilidade em pauta
Mais do que celebrar vitórias, Pembroke utiliza o projeto para discutir acessibilidade a pessoas com deficiências invisíveis. “Em restaurantes sempre perguntam sobre restrições alimentares, mas quase nunca sobre necessidades de acessibilidade. Quero ajudar a mudar isso”, disse.
Trajetória de superação
Antes de migrar para o paradesporto em 2019, o atleta sonhava com Londres 2012, mas uma lesão no cotovelo adiou os planos. Dois anos após a estreia na classe F13, venceu em Tóquio com recorde paralímpico de 69,52 m. Em Paris 2024, superou a marca mundial duas vezes na mesma prova.
Pembroke chega ao Mundial de Para-atletismo de Nova Délhi, que começa neste sábado, para defender os títulos conquistados em 2023 e 2024. Ele integra a delegação britânica de 37 competidores e diz ter “a fome de vencer de volta” após enfrentar um período de oscilação emocional pós-Paralimpíada.
Olho em Los Angeles
Enquanto se prepara para a Índia, o atleta também vive expectativas fora das pistas: sua esposa, Martina, dará à luz o primeiro filho do casal em novembro. A possibilidade de competir em Los Angeles com a família na arquibancada impulsiona o próximo alvo — lançar além de 75 m e estabelecer novo recorde mundial.
Imagem: Internet
Pembroke conclui que, quando chegar a hora de se aposentar, deseja deixar legado que vá além das medalhas: “Quero sentir que contribui para melhorar o espaço destinado a pessoas com deficiência visual na sociedade”.
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Com informações de BBC Sport
