O Flamengo avalia enxugar o elenco nas próximas semanas e, segundo informações de bastidores, até quatro atletas podem ser negociados antes do encerramento da janela de transferências, em 2 de setembro. A possibilidade de saídas ganhou força após a chegada de cinco reforços desde o início do período de inscrições, o que elevou a quantidade de opções para praticamente todas as posições.
O técnico Filipe Luís vem trabalhando com um grupo numeroso e admitiu a chance de ajustes na composição do plantel. A direção rubro-negra já comunicou ao mercado que ouvirá propostas por Michael, Juninho, Everton Cebolinha e Matías Viña. A liberação depende de ofertas consideradas vantajosas, pois o clube não tem urgência financeira, mas busca equilibrar o número de jogadores disponíveis para a comissão técnica.
A abertura para negociações não significa inatividade no sentido inverso. O departamento de futebol ainda mapeia o mercado em busca de um goleiro, um zagueiro e um centroavante. O entendimento interno é de que essas três posições precisam de mais alternativas para encarar o calendário da temporada, que inclui a sequência do Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e a fase final da Libertadores.
A movimentação atual ocorre após um início de ano marcado por perdas importantes. Logo depois da disputa do Mundial de Clubes, Gerson e Wesley, titulares da equipe, foram negociados com clubes europeus. A saída da dupla abriu lacunas que, na avaliação da diretoria, precisavam ser preenchidas com atletas de nível similar para manter o padrão de competitividade.
Desde então, o Flamengo investiu na contratação de Emerson Royal para a lateral direita e de Saúl Ñíguez para o meio-campo, endereçando as vagas deixadas por Wesley e Gerson. Além deles, chegaram Samuel Lino para atuar pelos lados do ataque, Carrascal como alternativa imediata a Arrascaeta na criação e Jorginho, anunciado ainda antes do Mundial e já integrado ao elenco.
Com esses acréscimos, o grupo passou a contar com três opções para a lateral esquerda, o que torna Matías Viña vendável caso surja proposta satisfatória. Situação semelhante envolve o setor ofensivo: Everton Cebolinha e Michael disputam espaço em função com grande oferta de jogadores, inclusive atletas formados na base, elevando a possibilidade de negociação.
Internamente, a avaliação é de que a diretoria liderada pelo presidente Rodolfo Landim e pelo diretor executivo José Boto realizou uma “janela agressiva”, investindo cifras consideráveis para qualificar o elenco. O foco agora recai sobre a gestão de minutos e a manutenção do bom ambiente, fatores que podem ser impactados por um grupo excessivamente grande.
Imagem: Getty via torcedores.com
Além da questão da minutagem, o clube leva em conta a logística de viagens e a necessidade de inscrever atletas em diferentes competições, cujas listas têm limitações. A comissão técnica entende que trabalhar com um número mais enxuto facilita processos de treino, definição de estratégias de jogo e acompanhamento individual de desempenho físico.
Mesmo com essa orientação, o Flamengo não descarta oportunidades de mercado que se encaixem em suas necessidades específicas. A busca por um goleiro reserva experiente, por exemplo, tornou-se prioridade após lesões recentes no setor. Já a procura por um zagueiro está relacionada à possibilidade de saídas futuras e ao fato de alguns defensores estarem em fase final de contrato. No ataque, a ideia é ter um centroavante de perfil diferente do elenco atual, oferecendo soluções variadas ao esquema tático.
Com três semanas até o fechamento da janela, o clube trabalha em paralelo em frentes de compra e venda. As eventuais saídas de Michael, Juninho, Everton Cebolinha e Matías Viña dependem de negociações em andamento, enquanto a diretoria monitora o mercado nacional e internacional para eventuais reposições. A expectativa é concluir as tratativas até 2 de setembro, data limite para registro de novos atletas nas principais competições.
Dessa forma, o Flamengo busca ajustar o equilíbrio entre um elenco qualificado e a necessidade de manter todos os jogadores motivados e com espaço para atuar, ao mesmo tempo em que se prepara para a reta decisiva da temporada com um plantel considerado competitivo em todas as frentes.
