O Corinthians retomou as movimentações no mercado de transferências após um início de janela marcado por pouca atividade. Até o momento, a única chegada confirmada é a do atacante Vitinho, oficializado na segunda-feira, que já teve o contrato registrado no Boletim Informativo Diário da Confederação Brasileira de Futebol antes da imposição de um bloqueio da Fifa.
Desde a abertura da janela, o clube concentrou esforços principalmente em saídas de jogadores e renegociações contratuais. Três atletas deixaram o elenco de maneira definitiva: o volante Alex Santana, o meia Igor Coronado e o atacante Giovane. A liberação do trio representou redução estimada em R$ 2,6 milhões mensais na folha de pagamentos. Além das negociações definitivas, os laterais Diego Palacios e Léo Mana foram emprestados, processo que também contribuiu para aliviar despesas salariais no curto prazo.
O cenário financeiro adverso tem ditado prudência. De acordo com o presidente interino, Osmar Stabile, o executivo de futebol, Fabinho Soldado, trabalha para atender às necessidades do técnico Dorival Júnior, mas qualquer contratação será condicionada a baixo custo ou formatos considerados vantajosos. Entre as alternativas avaliadas neste perfil está o lateral-direito português Ricardo Esgaio, de 32 anos, atualmente no Sporting. O atleta, oferecido aos alvinegros, é visto como possível reserva imediato de Matheuzinho, porém a negociação depende de variáveis financeiras e da situação disciplinar imposta pela entidade internacional.
A partir desta terça-feira, o Corinthians está impedido de registrar novos jogadores em função de um transfer ban confirmado pela Fifa. A sanção decorre da dívida com o Santos Laguna, do México, referente à aquisição do zagueiro Félix Torres. Sem a regularização desse débito, qualquer reforço, incluído Esgaio ou qualquer outro nome em análise, ficará suspenso até que o problema seja sanado.
O prazo para a resolução é exíguo. A janela de transferências no Brasil se encerra em 2 de setembro, o que concede exatamente três semanas ao clube do Parque São Jorge para quitar o valor devido, obter a revogação do veto e, posteriormente, concluir novos registros. Caso o impasse persista além dessa data, o elenco permanecerá sem acréscimos até a reabertura do período de inscrições.
Além do impacto direto nas contratações, o transfer ban pressiona a diretoria a revisar prioridades financeiras. A quitação do montante reclamado pelo Santos Laguna tornou-se requisito indispensável para qualquer planejamento esportivo de curto prazo. A estratégia adotada até aqui, baseada na redução da folha salarial e na busca por atletas em condições favoráveis de mercado, tende a ser mantida enquanto não houver uma definição sobre a sanção.
No departamento de futebol, Dorival Júnior segue em contato com a cúpula para mapear posições consideradas carentes. Apesar do reconhecimento público de que o elenco precisa de pelo menos mais um defensor, um meio-campista de criação e uma peça ofensiva de velocidade, a comissão técnica trabalha com o cenário de impedimento temporário e concentra-se na integração de atletas da base, além de ajustes táticos com o grupo atual.

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Dentro desse contexto, a chegada de Vitinho ganha peso adicional. O atacante foi registrado antes do bloqueio e já está à disposição para os compromissos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. O clube não divulgou valores do acordo, mas fontes internas indicam que o contrato foi estruturado com salários alinhados ao teto estabelecido para novas contratações nesta temporada.
Enquanto tenta a liberação na Fifa, a diretoria mantém conversas preliminares com representantes de atletas que se enquadram nos critérios financeiros adotados. Essas tratativas, porém, não avançarão para etapas formais até que exista confirmação da suspensão do transfer ban. A lógica, segundo dirigentes, é evitar custos adicionais de deslocamento ou exames médicos antes de garantir a condição de registro.
O Corinthians tem histórico recente de bloqueios semelhantes, todos resolvidos após pagamento ou renegociação das dívidas. A expectativa interna é repetir o procedimento: apresentação de comprovantes de quitação ao Santos Laguna, envio da documentação à Fifa e, por fim, solicitação de levantamento imediato da proibição. O clube não revelou valores nem prazos internos, mas a urgência é evidente, dado o calendário competitivo.
Com três semanas restantes de janela, o tempo para conclusão de negociações é curto. Qualquer reforço precisará não apenas ter contrato acertado, mas também constar no sistema da CBF antes das 19h do dia 2 de setembro. Até lá, o Corinthians corre em duas frentes: equacionar a pendência financeira internacional e manter diálogo com possíveis reforços que possam ser inscritos imediatamente após eventual liberação.