Lakers ajustam planos para atender urgência de Doncic e manter espaço para 2027

Leonardo Monteiro

O Los Angeles Lakers iniciou uma nova fase ao acertar, no último sábado, a extensão máxima de três anos e US$ 165 milhões com Luka Doncic. Aos 26 anos, o armador chega ao clube com meta explícita de disputar títulos imediatamente, mudando o ritmo de planejamento traçado desde a chegada de LeBron James em 2018.

Quando James desembarcou em Los Angeles, a franquia acumulava cinco temporadas sem playoffs. O astro de então 34 anos recolocou a equipe no topo em 2020, mas o cenário é diferente cinco anos depois do último troféu. Agora, o foco passa a ser montar um elenco duradouro em torno de Doncic, respaldado pelo grupo de proprietários liderado pelo bilionário Mark Walter.

A urgência do novo franchise player ficou clara durante jantar em maio com o presidente de operações Rob Pelinka e o técnico JJ Redick. Segundo relato, Doncic declarou que não pretende aguardar processos longos após provar o gosto de uma final da NBA em Dallas.

Peças ideais ao redor do armador

Dados de impacto apontam dois perfis que potencializam o jogo do esloveno: pivôs atléticos que atacam o aro e arremessadores de alto aproveitamento no canto da quadra. Quando atuou com Dereck Lively II nos Mavericks, a dupla registrou o terceiro melhor saldo entre parcerias ativas, de acordo com o xRAPM. Além disso, Doncic figura como o segundo maior gerador de assistências para enterradas desde que entrou na liga e lidera as criações de tiros de três no canto.

O atual elenco carece dessas características. Entre os jogadores previstos para a rotação, apenas Rui Hachimura e os reservas Jake LaRavia e Dalton Knecht convertem acima da média naquele ponto da quadra. Encontrar arremessadores, porém, tende a ser menos complexo: Luke Kennard fechou por US$ 11 milhões com o Atlanta Hawks; Norman Powell foi trocado por baixo custo; e Seth Curry ainda está livre. Nomes como Grayson Allen ou Sam Hauser também estão teoricamente acessíveis via troca.

A situação no garrafão é mais delicada. Deandre Ayton, contratado com a midlevel exception, oferece opção decente de pick-and-roll, mas não apresenta o mesmo alcance vertical de Lively e enfrenta questionamentos sobre consistência. Internamente, existem duas visões: investir em um pivô de nível All-Star ou confiar que a habilidade de Doncic basta para transformar qualquer finalizador em peça relevante.

O dilema Austin Reaves

Com 27 anos, Austin Reaves entra na última temporada antes da agência livre. O armador saiu do status de não draftado para médias de 20,2 pontos e 5,8 assistências, com 37% nos três pontos na carreira. Executivos consultados projetam salário anual acima de US$ 30 milhões caso teste o mercado. O rendimento nos próximos playoffs será determinante, já que Reaves converteu apenas 31,9% de longa distância e cometeu quase três erros por jogo na eliminação para o Minnesota Timberwolves.

Situação salarial e ativos de draft

Por ter usado a midlevel em Ayton e LaRavia, os Lakers estão hard-capped na primeira “apron” e só poderão preencher a 15ª vaga do elenco em 18 de janeiro. Até lá, Pelinka observa o mercado, mas enfrenta restrições: James detém cláusula de veto, enquanto Ayton, Marcus Smart, Jaxson Hayes e LaRavia ficam indisponíveis para troca até 15 de dezembro. Contratos expirantes de Hachimura, Maxi Kleber e Gabe Vincent somam US$ 40 milhões em 2025-26 e podem funcionar como moeda de reforços.

O arsenal de escolhas também é limitado. A franquia possui apenas uma primeira rodada negociável, entre 2031 ou 2032. A partir de 2026, o total sobe para duas (2031 e 2033), o que complica a busca por outro nome de peso via mercado de trocas.

Olho em 2027

No cenário em que Hachimura, Kleber, Vincent e até LeBron não estejam mais no elenco, os Lakers teriam cerca de US$ 45 milhões livres na próxima offseason, já contando o cap hold de Reaves. Há quem defenda converter expirantes em peças imediatas, mesmo sacrificando esse espaço, para abrir quase US$ 100 milhões em 2027. Essa janela pode reunir agentes livres como Giannis Antetokounmpo, Stephen Curry, Nikola Jokic, Karl-Anthony Towns, Donovan Mitchell e Anthony Davis.

O novo Acordo Coletivo, entretanto, favorece equipes que desejam manter seus talentos, o que reduz a previsibilidade sobre quem realmente chegará ao mercado. Nesta intertemporada, todas as principais estrelas cotadas a mudar de time assinaram extensões de longo prazo.

Futuro de LeBron James

James exerceu a opção de US$ 52,6 milhões para esta temporada e controla o destino com cláusula de veto. Para permanecer e preservar a folga projetada de 2027, um contrato curto após 2025 seria o ideal. Caso pedisse troca, encontrar parceiro seria complexo: Cleveland supera o segundo apron; Dallas precisaria desmontar metade do elenco; Golden State possui estrutura contratual rígida; e Nova York teria de enviar o vínculo robusto de Karl-Anthony Towns.

Se optar pela agência livre, equipes como Los Angeles Clippers teriam espaço máximo, enquanto Cavaliers, Knicks e Mavericks contariam apenas com mínimos salariais. Aos 40 anos em 2025, James somará US$ 584 milhões em ganhos dentro de quadra e precisará pesar o eventual quinto título contra um novo grande salário.

Dessa forma, o Lakers equilibram curto e longo prazos: oferecer a Doncic elenco competitivo já em 2025-26, resolver o caso Reaves e manter a flexibilidade que pode permitir outro salto de mercado em 2027.

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