Um problema no joelho direito do zagueiro Ruan Tressoldi interrompeu negociações que envolviam a volta do defensor ao futebol brasileiro. Vinculado ao Sassuolo, da Itália, o jogador era considerado prioridade para o São Paulo, que planejava renovar o empréstimo encerrado em junho de 2025. O Red Bull Bragantino também tentou sua contratação, mas as conversas não avançaram após exames médicos indicarem a necessidade de avaliação mais detalhada da articulação.
Os primeiros testes clínicos realizados na Europa não conseguiram determinar com precisão o grau da lesão. Por esse motivo, os especialistas recomendaram uma artroscopia para investigar a extensão do dano no ligamento e em estruturas adjacentes. O atleta permaneceu afastado dos gramados por cerca de um mês, período em que realizou fisioterapia e exercícios de reforço muscular supervisionados pelo departamento médico do Sassuolo. Apesar de declarar-se recuperado e apto a competir, a incerteza em torno do diagnóstico gerou cautela entre os clubes interessados.
O São Paulo conhecia de perto a condição física do defensor. Entre agosto de 2024 e junho de 2025, Ruan vestiu a camisa tricolor por empréstimo e participou de partidas das principais competições nacionais e continentais. Durante essa passagem, sofreu lesões musculares e apresentou o primeiro quadro no joelho direito, que o afastou de compromissos decisivos da temporada passada. Mesmo assim, a comissão técnica aprovou seu desempenho e indicou à diretoria o desejo de mantê-lo para 2025/2026.
As tratativas de prorrogação do vínculo esbarraram em dois fatores. O primeiro foi a decisão do Sassuolo de solicitar o retorno do jogador para avaliações internas, alegando interesse em utilizá-lo ou negociá-lo em definitivo. O segundo envolveu pendências financeiras referentes ao pagamento da taxa de empréstimo acertada no ano anterior. O clube italiano acusou atraso no repasse de parcelas, condição que travou qualquer tentativa de extensão automática contratual. Sem acordo sobre valores pendentes e diante da nova lesão, o São Paulo recuou.
Nesse cenário, o Red Bull Bragantino surgiu como alternativa para Ruan permanecer no Brasil. O defensor se deslocou até as instalações da equipe de Bragança Paulista, realizou exames médicos preliminares e recebeu proposta de cessão por tempo determinado. Contudo, os testes apontaram indícios que exigiam a artroscopia solicitada na Itália, e a diretoria paulista optou por não seguir adiante até a obtenção de laudo conclusivo. Assim, as conversas foram suspensas antes da formalização do contrato.

Imagem: alexandrezanquetta via saopaulo.blog
Segundo profissionais que acompanham o caso, a artroscopia pode confirmar desde uma inflamação leve a um comprometimento ligamentar mais sério, quadro que demandaria recuperação prolongada. O Sassuolo ainda não divulgou cronograma para o procedimento, mas o resultado deverá definir o futuro imediato do atleta. Caso o exame descarte lesão estrutural significativa, o clube italiano pode reintegrá-lo ao elenco ou reabrir negociações com interessados, incluindo equipes brasileiras. Se o diagnóstico indicar intervenção cirúrgica maior, a tendência é mantê-lo em tratamento na Europa até plena recuperação.
Aos 26 anos, Ruan Tressoldi construiu carreira entre Brasil e Itália. Revelado pelo Grêmio, transferiu-se ao Sassuolo em 2021 e acumulou minutos na Serie A antes de ser emprestado ao São Paulo. Na temporada em que defendeu o time do Morumbi, disputou competições como Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana, destacando-se pela estatura e pelo jogo aéreo. Lesões recorrentes, porém, limitaram sua sequência em campo e influenciaram a hesitação dos clubes interessados em novo acordo.
Enquanto aguarda a realização e o resultado da artroscopia, o zagueiro cumpre rotina de treinos leves no centro de treinamento do Sassuolo e mantém contato com representantes que monitoram o mercado. O São Paulo não descarta retomar as conversas caso a situação física seja resolvida e as pendências financeiras tenham solução satisfatória para todas as partes. O Bragantino, por sua vez, observa alternativas no mercado, mas segue atento ao desfecho do exame. Até lá, a condição médica de Ruan continua sendo o principal obstáculo para qualquer definição sobre seu próximo destino profissional.