O Palmeiras abriu diálogo com representantes de Carlos Miguel, goleiro do Nottingham Forest, da Inglaterra, para entender as condições de uma transferência que o coloque como opção no elenco alviverde. A aproximação foi feita por meio do empresário Giuliano Bertolucci, responsável pela carreira do atleta desde sua saída do futebol brasileiro. Até o momento, não houve oferta formal ao clube inglês.
De acordo com informações tratadas nas conversas preliminares, o Forest estabelece preço de aproximadamente 4 milhões de euros pelos direitos econômicos do jogador. Os vencimentos mensais, estimados em 600 mil reais, estão dentro da realidade financeira do clube paulista, que não sinalizou impedimento orçamentário. Mesmo assim, a diretoria mantém cautela antes de avançar.
A prioridade da comissão técnica é contratar um goleiro mais jovem, considerado projeto de longo prazo, capaz de ser preparado para assumir a meta quando Weverton encerrar seu ciclo. O entendimento interno é que Carlos Miguel, aos 26 anos, chegaria com status para disputar a titularidade de imediato, cenário que não se encaixa no planejamento atual. Por esse motivo, a chance de concretização do negócio é vista, nos bastidores, como reduzida.
Carlos Miguel ganhou destaque nacional em 2023, quando substituiu Cássio em partidas do Corinthians e chamou atenção pela estatura de 2,04 metros. Naquele ano, o jogador protagonizou um vídeo durante férias, no qual entoou canções provocativas ao Palmeiras mencionando a ausência de títulos de Mundial de Clubes e Copa São Paulo de Juniores na época. O registro circulou nas redes sociais e gerou repercussão entre torcedores dos dois clubes.
A provocação não impediu o interesse alviverde meses depois. A sondagem ocorreu diante da necessidade de recompor o elenco com a saída de Marcelo Lomba, cujo contrato se encerra no fim da temporada. Weverton, consolidado como titular desde 2018, permanece como referência técnica e de liderança, mas a direção busca alternativas para manter competitividade em todas as competições.
Desde que se transferiu para o Nottingham Forest, Carlos Miguel fez apenas aparições esporádicas. O clube inglês conta com outros goleiros experientes e está disposto a negociar para aliviar a folha salarial. O empresário do atleta tem aval do Forest para ouvir propostas, condição que facilitou o contato inicial com o Palmeiras.
Além do valor de transferência e da remuneração do jogador, a negociação teria de superar questões relacionadas à duração do contrato e possíveis gatilhos de aumento salarial por metas alcançadas. Dirigentes palmeirenses tratam o tema de maneira reservada e não descartam ampliar a busca por nomes que se encaixem no perfil pretendido: idade inferior a 23 anos e potencial de valorização futura.

Imagem: Miguel Schincariol via torcedores.com
Enquanto debate reforços, o elenco comandado por Abel Ferreira foca na 19ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Palmeiras recebe o Ceará no Allianz Parque, às 16h de domingo (10), após ter sido eliminado da Copa do Brasil. Com 33 pontos, a equipe ocupa a terceira posição, possui dois jogos a menos que o Cruzeiro e um a menos que o Flamengo e busca reduzir a distância para o líder.
Para a partida contra o time cearense, Weverton segue confirmado. Já Marcelo Lomba ficará no banco, como de costume, e a base conta com Vinícius Silvestre e Kaique como opções emergenciais. O desempenho do setor defensivo, um dos pilares da campanha nacional, reforça a necessidade de planejamento antecipado para eventual transição de goleiros.
Nos próximos dias, o departamento de futebol deve analisar relatos do scout interno e do mercado internacional antes de retomar qualquer contato concreto por Carlos Miguel. Caso surjam alternativas mais alinhadas ao perfil traçado, as conversas podem ser suspensas. Até lá, o jogador seguirá treinando no Nottingham Forest à espera de definição sobre seu futuro.
Embora fatores financeiros não sejam considerados impeditivos, a conclusão do processo dependerá da convergência entre estratégia esportiva, idade do atleta e expectativa de minutagem. Enquanto isso, a direção palmeirense mantém as portas abertas para ajustes, mas condiciona qualquer avanço a uma avaliação detalhada sobre compatibilidade com o planejamento de médio e longo prazo.