O técnico Rogério Ceni voltou a comentar a situação dos goleiros do Bahia depois do empate por 3 a 3 com o Fluminense, ocorrido neste sábado (9). A partida, válida pelo Campeonato Brasileiro, registrou nova falha do arqueiro Ronaldo no terceiro gol carioca e reacendeu as críticas da própria torcida tricolor ao jogador. Em entrevista coletiva concedida logo após o duelo, Ceni reprovou as vaias vindas das arquibancadas e reforçou que o rendimento da equipe permaneceu prejudicado pelo ambiente de desconfiança.
A discussão sobre a meta do clube se intensificou nas últimas rodadas. Marcos Felipe, titular no início da campanha, foi para o banco por erros que custaram pontos importantes. Ronaldo, escolhido para substituir o colega, também cometeu falhas consecutivas, a mais recente no gol que decretou o empate deste fim de semana. Mesmo com o Bahia ocupando a quinta colocação na tabela, a instabilidade na posição virou o principal ponto de atenção dentro do elenco.
Ceni classificou a recepção negativa da torcida como fator adicional de pressão para os atletas responsáveis pela meta. De acordo com o treinador, a função de goleiro exige elevada confiança, elemento comprometido quando a crítica parte do público que deveria oferecer apoio. O comandante recordou que, quando a manifestação contrária vem de torcedores adversários, o impacto psicológico é menor; o problema se agrava, segundo ele, quando a desaprovação parte das próprias arquibancadas.
Apesar de defender seus jogadores, o técnico não isentou o elenco de responsabilidade. Ele declarou esperar que Ronaldo e Marcos Felipe demonstrem força mental para superar a fase e retomem a regularidade. Para Ceni, os dois possuem condições técnicas e táticas adequadas, material de análise suficiente e acompanhamento interno para corrigir erros. A superação, contudo, depende de capacidade psicológica para assumir riscos mesmo sob forte cobrança, explicou o treinador.
Na análise sobre o confronto diante do Fluminense, Ceni avaliou que o Bahia perdeu a oportunidade de consolidar a vitória. O time sofreu o primeiro gol cedo, conseguiu reagir e virar o placar, mas, nas palavras do técnico, mostrou “soberba” ao não definir o resultado quando teve chances claras. O Fluminense, conforme destacou, criou menos oportunidades que o Bahia para marcar três vezes, mas foi eficiente o bastante para explorar as falhas defensivas do adversário.

Imagem: Divulgação via torcedores.com
O treinador ainda ressaltou que o rendimento ofensivo foi satisfatório, porém faltou objetividade na conclusão. Para ele, a equipe baiana atuou “da maneira certa” em vários momentos do jogo, mas pecou no foco nas ações decisivas. Ao permitir que o rival mantivesse esperanças de reagir, o Bahia acabou punido com o empate, cenário que deixa lições para as próximas rodadas do Brasileirão.
Com o resultado, o Bahia permanece em quinto lugar, posição considerada positiva no contexto da competição. Entretanto, os recentes tropeços e a sequência de falhas dos goleiros acendem alerta no departamento de futebol. A comissão técnica pretende trabalhar o aspecto emocional dos atletas, principalmente dos jogadores da meta, para evitar novos erros que possam comprometer o desempenho da equipe nas fases seguintes do campeonato.
O clube volta a campo na próxima rodada ainda sem definição sobre quem será o titular no gol. Ceni e sua comissão decidirão durante a semana qual atleta reúne melhores condições técnicas e psicológicas para defender a meta tricolor. Enquanto isso, o debate sobre confiança, pressão da torcida e gestão de erros permanece no centro das atenções no Fazendão.