Londres (15.out.2025) – O primeiro torneio oficial de sumô realizado fora do Japão em 34 anos abriu suas portas às 18h, no Royal Albert Hall, depois de quatro dias de intensa preparação da arena.
Para erguer o dohyō de 6,7 m de diâmetro, foram usadas toneladas de argila trazidas de Kettering, considerada ideal pelos especialistas. O pavimento foi moldado, socado e abençoado por três sacerdotes xintoístas; fardos de palha de arroz, batidos com garrafas vazias de cerveja, delimitaram o círculo de competição, enquanto um palco de madeira de seis toneladas foi suspenso sobre o tapete de terra.
O público, formado por executivos, diplomatas e apaixonados pelo esporte, pagou até £ 500 pelas cadeiras próximas ao ringue. Cambistas com sotaque londrino circulavam entre as bandeirolas japonesas repetindo: “Tickets, tickets!”. Todas as sessões da semana estão esgotadas.
Retorno de uma lenda
Durante a cerimônia de abertura, o presidente da Associação Japonesa de Sumô (JSA), Hakkaku – campeão da edição londrina de 1991 –, lembrou que o evento carrega valor cultural comparável ao críquete para os ingleses. Aos 62 anos, ele classificou a volta a Londres como “projeto pessoal” antes de sua aposentadoria, prevista para 2028.
Ritual e velocidade
Os espectadores vibraram com o tradicional bater de pés dos rikishi e com o arremesso de sal sobre o ringue. Depois de longos instantes de postura e estudo, os combates explodiam em frações de segundo, dificultando a identificação das técnicas utilizadas entre as 82 formas possíveis de vitória.
Para tornar o espetáculo mais didático, a JSA distribuiu fones de ouvido que transmitiam a narração de Hiro Morita, apresentador do canal Sumo Primetime no YouTube. Entre o estrondo dos tambores de madeira e o impacto dos corpos, a voz de Morita guiava iniciantes e veteranos.
Nomes que chamam atenção
Grande destaque da noite, o ucraniano Shishi recebeu o apoio ruidoso da plateia. A entidade japonesa vê na popularidade do lutador europeu um meio de ampliar a base de atletas, hoje reduzida de 1.000 para 600 competidores profissionais.

Imagem: Internet
Entre os britânicos, o ex-jogador de rúgbi Richard Riggs, vice-presidente da Associação Britânica de Sumô, assistia extasiado a sua primeira luta profissional. “O esporte é um centímetro de largura e um quilômetro de profundidade”, definiu o secretário da entidade, George Young, enfatizando o alto grau técnico da modalidade.
Com ingressos esgotados, presença diplomática e interesse comercial em torno do evento, Londres confirma que o sumô pode cruzar fronteiras sem perder o caráter sagrado – e ainda servir de vitrine para novas parcerias japonesas na Europa.
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Com informações de The Guardian