A ESPN firmou um contrato de cinco anos com a WWE para transmitir, a partir de 2026, os principais eventos de luta livre nos Estados Unidos. O acordo, avaliado em US$ 325 milhões, concede à emissora os direitos de exibição de WrestleMania, Royal Rumble, SummerSlam, Survivor Series e Money in the Bank em seu novo serviço de streaming direto ao consumidor, o ESPN DTC.
Com a negociação, a WWE amplia sua presença em plataformas digitais, enquanto a ESPN reforça a estratégia de fortalecer o catálogo de conteúdo disponível em streaming. O presidente da emissora, Jimmy Pitaro, declarou que a chegada do entretenimento esportivo de luta livre atende a um público “imenso, dedicado e apaixonado”, alinhando-se ao plano de expansão da empresa nesse segmento. Já o presidente da WWE, Nick Khan, classificou a parceria como um marco para os fãs norte-americanos ao unir “a líder em entretenimento esportivo” com “a maior marca da mídia esportiva”.
Além dos eventos principais, o pacote autoriza a ESPN e seus canais pertencentes à Disney a exibirem programas de aquecimento pré-luta e análises pós-evento. Esse conjunto de transmissões complementares tem o objetivo de ampliar o engajamento da audiência, oferecendo cobertura contínua ao longo do calendário anual da WWE. Embora os detalhes operacionais ainda não tenham sido divulgados, a expectativa é que o serviço de streaming inclua produções originais e conteúdo sob demanda para atrair assinantes interessados no universo da luta profissional.
O movimento também acontece em um momento de mudanças mais amplas no portfólio da ESPN. Na terça-feira, a empresa vendeu 10% de suas ações para a NFL, obtendo em contrapartida o controle da NFL Network, do canal RedZone e da plataforma NFL Fantasy. Esse acordo concede acesso a parte dos direitos de conteúdo da liga de futebol americano, reforçando a posição da emissora em transmissões esportivas de peso. A combinação dos novos ativos da NFL com o pacote da WWE fortalece a intenção declarada da Disney de consolidar seu ecossistema digital com propriedades reconhecidas e audiências leais.
Embora o contrato abranja apenas os grandes eventos pay-per-view da WWE nos Estados Unidos, outras janelas continuam distribuídas entre diferentes parceiros. Em janeiro, a TKO assinou com a Netflix a cessão de direitos do programa semanal Raw nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e América Latina. A estreia do show na plataforma de streaming alcançou 4,9 milhões de espectadores, indicando potencial de crescimento global para o produto. Dessa forma, a partir de 2026, os fãs norte-americanos terão dois pontos principais de acesso: o ESPN DTC para os eventos sazonais de maior repercussão e a Netflix para o conteúdo semanal que compõe a narrativa contínua das rivalidades.
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O valor de US$ 325 milhões pelo ciclo de cinco anos aproxima-se de outros contratos recentes envolvendo direitos esportivos de alto impacto, refletindo a competitividade do mercado de entretenimento ao vivo. A ESPN não confirmou se haverá custos adicionais para os assinantes do novo serviço ou se os eventos estarão incluídos em pacotes já existentes. Também não foram anunciados planos sobre eventuais transmissões em canais lineares, mas a inclusão de pré e pós-shows nos veículos de TV tradicional indica que parte do conteúdo poderá ser distribuída de forma híbrida.
Para a WWE, a parceria com a ESPN representa a chance de reposicionar seus principais shows em uma plataforma com forte reconhecimento de marca no esporte norte-americano, potencialmente atraindo novos espectadores. Ao mesmo tempo, a companhia mantém acordos globais que diversificam a distribuição e reduzem a dependência de qualquer único parceiro. No cenário amplo, a convergência entre gigantes do entretenimento e do esporte continua a moldar a forma como os fãs consomem programações ao vivo, com o streaming consolidando-se como centro da estratégia de longo prazo.
O contrato começa a valer em 2026 e terminará em 2031, período em que a ESPN assume a responsabilidade de transmissão dos cinco maiores eventos anuais da WWE. Até lá, as empresas devem detalhar o calendário, os formatos de produção e o posicionamento de cada conteúdo dentro da plataforma digital e dos canais tradicionais, preparando o terreno para uma das colaborações mais significativas no mercado esportivo dos últimos anos.
