No primeiro confronto das oitavas de final da Copa Libertadores, o Internacional foi superado pelo Flamengo por 1 a 0 na noite de quarta-feira (13), no Maracanã. O resultado mantém a equipe carioca em vantagem antes do duelo de volta, marcado para a próxima quarta (20), em Porto Alegre. O gol solitário foi marcado por Bruno Henrique, aos 27 minutos do primeiro tempo, após cobrança de escanteio de Luiz Araújo.
Primeira etapa: postura compacta e erro decisivo
Roger Machado optou por iniciar o jogo com um bloco baixo em 4-4-2, linhas próximas e marcação por zona. Alan Patrick e Ricardo Mathias formaram a dupla mais avançada, apenas fechando o passe curto dos zagueiros rubro-negros. A proposta conseguiu limitar as opções do mandante durante boa parte do primeiro tempo: até os 20 minutos, o Flamengo havia criado apenas duas chances — um chute colocado de Luiz Araújo defendido por Rochet e uma cabeçada de Léo Pereira em escanteio.
A vantagem carioca nasceu justamente em uma bola parada. Luiz Araújo cobrou escanteio na zona central da área e, com movimentação coordenada que atraiu a marcação, Bruno Henrique subiu sem oposição para testar no canto esquerdo. O lance quebrou a estratégia colorada de segurar o 0 a 0 e expôs a principal fragilidade da postura defensiva gaúcha: a falha de cobertura nos duelos aéreos.
Produção ofensiva quase nula antes do intervalo
Com a posse rareando, o Internacional recorriu a lançamentos longos buscando explorar a estatura de Mathias, de 1,92 m. Mesmo assim, conseguiu apenas uma finalização: em bola esticada da defesa, Tabata recebeu na intermediária, escorregou no momento do chute e concluiu fraco, nas mãos de Rossi. A equipe terminou a etapa inicial com um remate a gol, contra sete do Flamengo.
Reação colorada no segundo tempo
Precisando de resultado, Roger reorganizou a equipe na volta do intervalo. Thiago Maia recuou para formar saída de três com os zagueiros, permitindo que os laterais avançassem simultaneamente. O bloco subiu, a posse de bola dobrou em relação aos 45 minutos anteriores e os colorados passaram a ocupar o campo ofensivo com mais frequência. A mudança rendeu escanteios em sequência e, logo aos 8 minutos, Juninho cabeceou firme para defesa de Rossi — primeira intervenção do goleiro no jogo.
O momento de maior pressão ocorreu aos 18: Mathias recebeu na ponta direita, driblou Léo Pereira e cruzou rasteiro; Léo Ortiz interceptou com o peito dentro da pequena área, afastando perigo iminente. Apesar do volume, o time gaúcho encontrou dificuldades para transformar a posse em passes decisivos. A atuação discreta de Alan Patrick, principal articulador, limitou a criação de oportunidades claras.

Imagem: trivela.com.br
Equilíbrio e sustos finais
Após o domínio inicial colorado na segunda etapa, o Flamengo retomou o controle territorial e passou a cadenciar o ritmo. Em transição rápida, quase ampliou com Bruno Henrique, que bateu cruzado para fora. Nos acréscimos, Vitinho arriscou de fora da área e exigiu defesa firme de Rossi, garantindo a vantagem mínima para os anfitriões.
Próximos compromissos e cenário do confronto
As equipes voltam a se enfrentar neste domingo (17), novamente no Beira-Rio, mas pelo Campeonato Brasileiro. O encontro servirá de laboratório para ambos os treinadores. Para o Internacional, a partida representa chance de validar ajustes que possam devolver competitividade ofensiva sem comprometer a solidez defensiva. Roger Machado terá de encontrar equilíbrio após ver suas duas propostas — a defesa compacta do primeiro tempo e a pressão pós-intervalo — falharem em gerar gols.
No lado rubro-negro, o técnico mantém a vantagem construída fora de casa e pode jogar por qualquer empate em Porto Alegre para avançar às quartas de final da Libertadores. O Colorado, por sua vez, necessita de vitória por dois gols de diferença; triunfo simples leva a decisão para os pênaltis.
O duelo de volta está agendado para quarta-feira (20), às 21h30, no Beira-Rio. Enquanto o Flamengo viaja com a vantagem, o Internacional terá o apoio da torcida para tentar reverter o placar e manter vivo o sonho continental.