A recuperação judicial do Club de Regatas Vasco da Gama, aprovada no início de outubro, enfrenta novos obstáculos. Dois pedidos formais de impugnação chegaram à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, questionando tanto o rito da Assembleia Geral de Credores quanto as condições oferecidas a diferentes grupos de credores.
Quem são os autores das impugnações
O primeiro requerimento foi protocolado por sete ex-funcionários e seus representantes jurídicos: Thiago Costa Mehl, Fábio Eustáquio Cruz, Vanessa Lima Sociedade Individual de Advocacia, Alexandre Machado Faria, Marcelo de Oliveira Santos, Maurício de Almeida Copertino e Michel Alves. O segundo documento partiu do advogado Marcus Vinicius Miranda Fernandes, responsável pela defesa do ex-volante Wendel, maior credor trabalhista do clube, com cerca de R$ 20 milhões a receber.
Pontos contestados
Entre as principais alegações, os impugnantes afirmam que a assembleia não alcançou o quórum previsto em edital, que houve tratamento desigual entre credores de mesma classe e que um plano aditivo foi incluído apenas um dia antes da votação, prejudicando a análise técnica. Também foi solicitada a exclusão de votos de representantes que, segundo eles, não comprovaram poderes de representação válidos.
Tensão na assembleia
A reunião realizada para aprovação do plano registrou momentos de tensão. Logo na abertura, o ex-atacante Valdir Bigode pediu mudanças nas condições de pagamento, mas acabou votando a favor do texto final. Depois do encontro, o advogado Washington Barbosa da Silva Neto enviou nota aos administradores judiciais apontando que a adesão ocorreu “por ausência de alternativas mais viáveis” e criticou a condução das negociações.
Credor financeiro também rejeita proposta
Não foram apenas credores trabalhistas que se opuseram ao documento. O Banco Bradesco votou contra as cláusulas que tratam da renegociação e da extinção de créditos, ampliando a pressão para que o Judiciário reavalie a deliberação.
Pedidos à Justiça
Além de anular ou revisar a aprovação, os advogados requerem acesso integral à gravação da assembleia, a fim de comprovar eventuais irregularidades processuais. Caberá à 4ª Vara Empresarial decidir se o plano homologado seguirá em vigor ou será submetido a nova apreciação.

Imagem: Fabio Giannelli
Com o futuro da recuperação judicial em discussão, o Vasco e a SAF aguardam o despacho da magistrada responsável para saber se precisarão renegociar prazos e valores com seus credores.
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Com informações de MKT Esportivo