Rio de Janeiro, 15 de outubro de 2025 – A maneira de jogar futebol atravessa nova transformação e, desta vez, o epicentro está nas laterais do campo. De acordo com a recente onda tática, laterais deixaram de ser meros carregadores de bola para se tornarem construtores, zagueiros auxiliares e até meio-campistas capazes de desequilibrar partidas.
Da pirâmide ao meio-campo
No fim do século XIX, os full-backs atuavam centralizados no 2-3-5. Com o recuo dos half-backs ao longo do tempo, esses defensores se deslocaram para as pontas. Décadas depois, laterais brasileiros como Carlos Alberto Torres e Júnior popularizaram o avanço constante ao ataque, fórmula que ganhou o mundo nas Copas de 1970 e 1980.
O modelo de “corredor e cruzamento” resistiu até os anos 2010, mas Pep Guardiola mudou o paradigma. No Bayern de Munique, o treinador utilizou Philipp Lahm e Joshua Kimmich no meio-campo, inaugurando a era dos “laterais invertidos” – jogadores que largam a faixa lateral para formar superioridade numérica por dentro.
Polivalência no maior nível
Hoje, praticamente todas as grandes equipes contam com um lateral multifunção. Nuno Mendes (PSG), Reece James (Chelsea) e Rico Lewis (Manchester City) ilustram a tendência. No Chelsea, Enzo Maresca explora Marc Cucurella como coringa: ora aberto como ponta, ora como volante ou terceiro zagueiro.
No Manchester City, Guardiola voltou a inovar no Mundial de Clubes ao alternar esquemas 2-3-5 e 3-1-3-3. Além disso, meio-campistas vêm sendo recuados: Matheus Nunes e Fabian Delph já viraram laterais sob seu comando. Em Liverpool, Dominik Szoboszlai foi deslocado para a função; no Real Madrid, Fede Valverde também testou a posição, apesar do desconforto.
Seleção brasileira segue o movimento
Na equipe nacional, Carlo Ancelotti completou seu sexto jogo contra o Japão experimentando cinco duplas diferentes de laterais. O italiano aposta em assimetria: o lateral-esquerdo compõe a saída de três com os zagueiros, enquanto o direito explora o corredor. A estratégia libera o ponta veloz do lado oposto e abre espaço interno para o atacante mais criativo.
Filipe Luís, hoje técnico do Flamengo, chegou a executar papel semelhante como zagueiro de uma linha de três que defendia em linha de quatro. Já Trent Alexander-Arnold, antes de trocar o Liverpool pelo Real Madrid, atuava por dentro na construção, posição hoje herdada por Jeremie Frimpong, ponta agressivo que dá profundidade pela direita.

Imagem: Internet
Exigência técnica e física sem precedentes
Velocidade, resistência, passe vertical e leitura de jogo passaram a ser requisitos de série para o lateral moderno. A função pode variar de “ala clássico”, como Frimpong, a “meio-campista extra”, como Cucurella, e até “xerife” na saída de três, caso de Kalulu na Juventus. Por isso, treinadores de elite investem em jogadores capazes de desempenhar várias tarefas no mesmo jogo.
A guinada reflete uma exigência coletiva: criar superioridade numérica na base da jogada, liberar meias ofensivos nos corredores internos e manter pressão imediata na perda da bola. Nesta engrenagem, o lateral reúne cada vez mais responsabilidades, tornando-se peça de ouro no tabuleiro atual.
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Fique de olho: à medida que os treinadores reinventam o papel, laterais deverão permanecer no centro do debate tático. Continue nos acompanhando para entender como essas mudanças afetam escalações, resultados e, claro, o mercado da bola.
Com informações de Trivela