Projeto de R$ 1,4 bilhão prevê transformar o Barradão em complexo com arena para 50 mil pessoas

Leonardo Monteiro

O Esporte Clube Vitória recebeu nesta quinta-feira, 7, a apresentação oficial do projeto que pretende converter o Estádio Manoel Barradas, em Salvador, em um complexo multifuncional. O plano estabelece a construção de uma nova arena com capacidade superior a 50 mil torcedores, além de áreas comerciais e de entretenimento, num investimento total estimado em R$ 1,4 bilhão ao longo de 35 anos de concessão.

De acordo com o cronograma divulgado, as obras devem começar em janeiro de 2026 e serão viabilizadas por um consórcio liderado pelas empresas SD Plan e AR Fast Food. O aporte inicial previsto para a fase de construção é de R$ 355 milhões, valor que contempla a modernização completa do estádio e a implantação de infraestrutura adicional, como shopping center, museus, restaurantes, camarotes corporativos e espaços de conveniência.

O projeto foi apresentado à diretoria rubro-negra com detalhamentos sobre dimensões, etapas de execução e modelo de gestão. A concessão de 35 anos envolve a administração integral do complexo, incluindo operações nos dias de jogo, realização de eventos culturais e exploração das áreas comerciais. A expectativa do clube é que a nova configuração impulsione receitas provenientes de locações, publicidade e exploração de serviços, permitindo maior estabilidade financeira a longo prazo.

Segundo informações repassadas aos dirigentes, a futura Arena Barradão manterá o futebol como atividade central, mas terá estrutura apta a receber shows internacionais, congressos e eventos corporativos. As adequações contemplam requisitos de acústica, acessibilidade, segurança e logística compatíveis com grandes espetáculos, aspecto considerado estratégico para ampliar o calendário de utilização do equipamento durante todo o ano.

Em declarações recentes, o presidente do Vitória, Fábio Mota, explicou que a capacidade projetada — cerca de 20 mil lugares a mais do que o estádio atual — exigirá alterações significativas na configuração do terreno. Entre as mudanças listadas estão a retirada dos eucaliptos localizados nas adjacências, o fechamento do arco hoje existente atrás de um dos gols, a construção de um segundo anel sobre as arquibancadas atuais e a criação de lounges para hospitalidade.

O planejamento considera ainda que a nova arena ficará alinhada ao nível da pista situada no ponto mais alto do complexo, possibilitando acesso principal pelo topo da estrutura. A solução busca facilitar o deslocamento do público e otimizar a circulação interna, reduzindo tempos de entrada e saída em dias de grande demanda.

Mesmo com obras previstas para o início de 2026, a diretoria trabalha com a possibilidade de manter partidas no Barradão durante as etapas iniciais de construção. Caso isso não seja viável, o clube avalia utilizar o Estádio de Pituaçu como alternativa temporária. A definição dependerá do planejamento executivo que será finalizado pelos concessionários nos próximos meses.

O modelo de negócios apresentado prevê que as empresas responsáveis assumam custos de implantação, manutenção e operação, em troca da exploração comercial do complexo. O Vitória, por sua vez, cede o direito de uso do terreno e mantém participação nas receitas geradas por bilheteria, camarotes e naming rights, além de preservar o mando de campo no novo estádio.

O estudo de viabilidade considera diferentes fontes de receita, incluindo locação de espaços no shopping, patrocínios, venda de ingressos para jogos e eventos, além de concessões de alimentação e estacionamento. A expectativa é que a diversificação de atividades minimize oscilações financeiras relacionadas ao desempenho esportivo do time.

Com a entrega do projeto, as próximas etapas envolvem aprovação de órgãos municipais, emissão de licenças ambientais e definição do cronograma detalhado de intervenções. O consórcio pretende concluir a fase de projetos executivos ao longo de 2025, permitindo o início das obras na data prevista.

A diretoria rubro-negra demonstra confiança de que o empreendimento marcará uma mudança de patamar para o clube, tanto em infraestrutura quanto em capacidade de geração de receita. A nova arena, caso cumpra o calendário estabelecido, poderá ser inaugurada ainda na atual gestão da concessão, oferecendo ao torcedor um equipamento modernizado e apto a competir com os principais palcos esportivos do país.

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