A organização do AIG Women’s Open introduziu, pela primeira vez em um campeonato conduzido pelo R&A, cortadores de grama autônomos para preparar o percurso de Royal Porthcawl, no País de Gales. O torneio, considerado o maior evento esportivo feminino já realizado no país, ocorre nesta semana e marca um passo inédito na adoção de tecnologia robótica em competições de golfe administradas pelo órgão.
No total, 15 cortadores desenvolvidos pela Husqvarna atuam diariamente entre 1h30 e 5h. Guiados por um sistema de posicionamento via satélite, os equipamentos trabalham dentro de limites virtuais pré-definidos, cuidando das fairways e da área de treino. Segundo o R&A, a iniciativa libera a equipe de greenkeepers para se concentrar em tarefas mais complexas, como o cuidado específico dos greens e a gestão geral do campo.
O assistente de direção de agronomia sustentável do R&A, Richard Windows, afirma que o departamento internacional de agronomia busca entregar superfícies de alto desempenho de modo ambientalmente responsável. Nesse contexto, o portfólio de máquinas da Husqvarna contribui por meio de operações mais leves, redução das emissões de carbono e melhor aproveitamento de recursos.
Para o gerente de campo de Royal Porthcawl, Ian Kinley, a adoção de máquinas autônomas está alinhada ao compromisso do clube com práticas sustentáveis e deve se estender para além da realização do major. A expectativa é que o uso prolongado dos robôs represente economia energética e diminuição de ruído em comparação a equipamentos convencionais.
Embora a tecnologia de corte autônomo já seja empregada em outros esportes — clubes de futebol como o Forest Green Rovers utilizam soluções semelhantes —, a implantação em um campo de golfe, ambiente com topografia variável e alta demanda de precisão, é considerada um avanço relevante. O teste em Royal Porthcawl serve como demonstração de viabilidade e pode abrir caminho para adoções futuras em outros percursos de prestígio.
Além da inovação no gramado, o R&A confirmou um novo acordo de mídia com a BBC. A emissora pública britânica garantiu, até 2027, direitos de highlights em sinal aberto, clipes digitais e comentários de áudio para rádio e plataformas on-line. O formato espelha o contrato firmado no mês passado para o Open Championship masculino e mantém a prova feminina em destaque na grade gratuita do Reino Unido.
Imagem: sportspro.com
A cobertura completa ao vivo continua sob responsabilidade da Sky Sports, que detém um acordo de longa duração para transmissões pagas. Segundo a direção de esportes da BBC, a inclusão do Women’s Open reforça a estratégia de ampliar a presença de eventos femininos de elite na programação, garantindo alcance massivo sem custos adicionais ao público.
Em paralelo, o R&A anunciou o próximo destino de grande porte para o campeonato. Royal St George’s, em Kent, receberá o Women’s Open pela primeira vez em 2027. O campo se junta a outras sedes tradicionais do Open Championship masculino que já receberam ou receberão a versão feminina. Até o momento, o único percurso do circuito masculino que ainda não sediou o torneio é Royal Portrush, na Irlanda do Norte, palco do Open de 1951, 2019 e 2025.
Com a introdução dos robôs, as definições de transmissão consolidadas e a expansão do roteiro de sedes, o Women’s Open consolida sua evolução em relevância esportiva e comercial. A expectativa do R&A é que a combinação de práticas sustentáveis, visibilidade em sinal aberto e inclusão de campos históricos fortaleça a projeção internacional do campeonato nos próximos anos.
