Técnico do Nottingham Forest cobra agilidade em contratações e demonstra preocupação antes da estreia na Premier League

Leonardo Monteiro

O treinador Nuno Espírito Santo fez críticas públicas ao processo de contratação do Nottingham Forest poucos dias antes da estreia na temporada 2024/25 da Premier League, marcada para domingo, no City Ground, contra o Brentford. Desde que assumiu o comando em dezembro de 2023, o português conduziu a equipe ao sétimo lugar no campeonato anterior e garantiu vaga na Liga Europa, mas agora avalia que o elenco não recebeu reforços em ritmo adequado para enfrentar a agenda nacional e continental.

Segundo informações internas, a diretoria analisa investimentos que podem chegar a 100 milhões de libras nas próximas 48 horas. Os alvos prioritários são o meio-campista James McAtee, do Manchester City; o ponta Omari Hutchinson, do Ipswich Town; e o atacante Arnaud Kalimuendo, do Rennes. Existe ainda interesse no meio-campista Douglas Luiz, da Juventus. Apesar das negociações avançadas, nenhuma dessas chegadas foi confirmada a tempo da primeira rodada do campeonato.

Até o momento, o Forest anunciou apenas quatro reforços: o atacante Igor Jesus e o zagueiro Jair Cunha, ambos do Botafogo; o ponta Dan Ndoye, do Bologna; e o goleiro Angus Gunn. Para Nuno, essas adições não suprem todas as carências. O técnico pediu abertamente um goleiro adicional, um lateral, outro ponta e mais um centroavante, ressaltando que a incerteza sobre quem estará disponível para cada partida tem afetado o planejamento de treinos e a confiança do grupo.

De acordo com o comandante, a falta de definições gera “dúvidas” que atrapalham não só a comissão técnica, mas também os próprios atletas. Ele explicou que a temporada anterior foi marcada por um modelo de trabalho coeso, enquanto a atual começa sob incertezas sobre quem permanecerá e quais novos jogadores serão integrados. Esse cenário, na avaliação do treinador, limita a preparação da equipe e compromete estratégias de rotação de elenco, consideradas essenciais para lidar com o calendário mais apertado.

Além das entradas pendentes, o clube realizou movimentações relevantes no mercado de saídas. O atacante Anthony Elanga foi vendido ao Newcastle por valor inicial de 55 milhões de libras, e o meia Morgan Gibbs-White ampliou seu vínculo após receber sondagem do Tottenham. A negociação envolvendo Gibbs-White chegou a levar o Forest a considerar medidas legais, mas o jogador permaneceu e assinou novo contrato.

A preocupação de Nuno se intensificou durante a pré-temporada. A equipe não venceu nenhum dos amistosos disputados e marcou apenas um gol, desempenho classificado internamente como muito aquém do esperado. Segundo o treinador, parte do elenco sabe que será emprestada, o que acrescenta um componente extra de instabilidade no ambiente de trabalho.

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Imagem: bbc.com

O retorno às competições europeias, após três décadas de ausência, amplia a pressão por respostas rápidas do departamento de futebol. A participação na Liga Europa exige elenco numeroso e versátil, pois os compromissos continentais se somam a 38 rodadas de Premier League e às copas domésticas. Nuno salientou que, com jogos em sequência e alto nível de exigência física, não será possível manter um grupo reduzido sem comprometer rendimento e saúde dos atletas.

Apesar das críticas, o técnico evitou afirmar que se sente traído pela diretoria. Ele reconheceu a limitação de tempo para concluir negociações e disse que o proprietário do clube e demais dirigentes estão cientes da situação. Ainda assim, deixou claro que o cenário atual não permite otimismo: sua prioridade é contar com o maior número possível de opções quando começarem as partidas oficiais.

Se as contratações pretendidas se confirmarem, o Nottingham Forest terminará a janela com investimentos robustos e peças para quase todos os setores. Entretanto, até que essas operações sejam finalizadas, a comissão técnica trabalha com um plantel considerado insuficiente para os desafios imediatos. A primeira oportunidade de avaliação em jogo valendo pontos será neste fim de semana, diante do Brentford, quando se verá se o time conseguirá compensar a falta de reforços com organização tática e intensidade.

Com o mercado de transferências em contagem regressiva, a situação do Nottingham Forest permanece indefinida. A resposta da diretoria às demandas do treinador nas próximas horas indicará se o clube chegará fortalecido ou vulnerável ao início simultâneo da Premier League e da campanha europeia.

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