O Ultimate Fighting Championship firmou um acordo de US$ 7,7 bilhões com o serviço de streaming Paramount+ para transmitir, com exclusividade nos Estados Unidos, todas as suas programações a partir de 2026. O contrato, que terá vigência de sete anos, substituirá o modelo de pay-per-view hoje empregado nos principais cards da organização e promete alterar de forma significativa a maneira como o público norte-americano consome as lutas.
Pelos termos definidos, as 43 edições que o UFC realiza anualmente — englobando eventos numerados, que costumam envolver disputas de cinturão, e as chamadas Fight Nights, focadas em confrontos sem títulos em jogo — estarão disponíveis no catálogo do Paramount+ para assinantes do plano de US$ 12,99 mensais. Não haverá cobranças adicionais por card, encerrando a prática de venda individual de pacotes que vigora no país há décadas.
O novo modelo entra em operação logo após o término do contrato atual de cinco anos com a ESPN, que expira em 2025. Assim que a licença com a emissora chegar ao fim, todo o conteúdo migrará para a plataforma de streaming do conglomerado Paramount Global, proporcionando acesso integral aos confrontos por meio de um único serviço digital.
O acordo também prevê a exibição de parte dos eventos em sinal aberto pela rede CBS, pertencente ao mesmo grupo. Embora detalhes sobre a quantidade de cards liberados pela televisão tradicional não tenham sido divulgados, a inclusão da CBS amplia o alcance do produto e contribui para manter a visibilidade da marca entre espectadores que ainda acompanham esportes pela grade linear.
Mark Shapiro, presidente e diretor de operações do TKO Group — companhia que controla o UFC e a WWE —, destacou que a iniciativa encerra definitivamente o pay-per-view no mercado doméstico da organização. Segundo ele, a decisão se baseia na tendência de consolidação do consumo de conteúdo esportivo por assinatura contínua, sem taxas extras por evento, e atende à expectativa dos fãs por ofertas mais acessíveis.
Para o público internacional, nada muda neste momento. No Brasil, por exemplo, a transmissão continuará restrita ao serviço proprietário UFC Fight Pass, conforme confirmado pelas partes envolvidas. A negociação conduzida com a Paramount abrange exclusivamente o território norte-americano, preservando acordos já existentes em outros países e evitando alterações em contratos regionais de televisão ou streaming.
Imagem: mktesportivo.com
O anúncio surge poucos dias depois da conclusão da fusão entre Paramount e Skydance, movimento corporativo que reforça a estratégia do grupo de ampliar sua presença no segmento esportivo. Com a chegada do UFC, o catálogo do Paramount+ ganha um produto de forte apelo comercial e consolida a plataforma como um dos principais destinos de artes marciais mistas nos Estados Unidos.
Ao longo dos sete anos de vigência, o investimento de US$ 7,7 bilhões — valor que equivale a cerca de R$ 42 bilhões na cotação atual — garante receita estável para a organização e cria um vínculo de longo prazo com a distribuidora. Para os assinantes, o custo mensal de US$ 12,99 oferece acesso a todas as edições sem necessidade de adquirir pacotes adicionais, encerrando um modelo que há muito gerava críticas devido ao alto preço cobrado por cada pay-per-view.
Com a consolidação do acordo, a partir de 2026 o UFC passa a concentrar sua presença no streaming nos Estados Unidos, distribuindo 43 eventos por temporada diretamente ao público por meio do Paramount+. A mudança sinaliza uma nova fase para a modalidade no país, marcada pela integração de conteúdo premium a serviços de assinatura contínua e pelo abandono de um dos formatos comerciais mais tradicionais do esporte de combate.
